domingo, 15 de fevereiro de 2009

O mundo maravilhoso de Cozy Baker

CaLeidOscÓpiOs construídos no Atelier de Elen de Oliveira

O mundo maravilhoso de Cozy Baker
André Amaro

Uma das maiores e mais interessantes coleções de caleidoscópios do mundo está instalada numa casa cravada num bosque, numa colina aos arredores de Washington, EUA.

Mais de mil aparelhos construídos por artesãos, artistas plásticos, arquitetos, engenheiros estão espalhados pelos dez cômodos desta "casa-museu", onde vive há mais de 30 anos a colecionadora Cozy Baker. Foi ela a pessoa a publicar, em 1985, o primeiro livro sobre caleidoscópios ("Through the Kaleidoscope"), 170 anos após a invenção do brinquedo, em 1816, pelo inglês David Brewster.



No mesmo ano, Cozy Baker realizou a primeira exibição pública de caleidoscópios em Bethesda, Maryland, fazendo renascer o interesse popular pelo "brinquedo filosófico", como era chamado no início. A "1ª Dama do Caleidoscópio" (título conferido por artistas amigos) fundou um ano depois a Brewster Society, uma entidade que reúne fabricantes, colecionadores e admiradores de caleidoscópios do mundo inteiro.

A engenharia do caleidoscópio é variada e a criatividade dos artistas para produzir suas peças e decorá-las não conhece limites. Cozy Baker lembra, entretanto, que o mais importante em todos os casos é a mágica e o assombro das formas, a dança das cores e o sentido de harmonia e expansão interior que o caleidoscópio proporciona. "Um impacto visual que faz o peito arfar de felicidade", diz.


Deitar o olho sobre o visor e contemplar aquelas peças flutuantes pode ser um bom exercício de meditação. E Cozy Baker tem na ponta da língua uma explicação para isso: "O renascimento do caleidoscópio é mais do que um retorno do interesse por coisas colecionáveis. Mais do que um casamento da ciência e da arte, é um casamento do sentido e da alma. O imaginário do caleidoscópio é uma forma de arte que pode influenciar a maneira de pensar, sentir e reagir. Focando nas imagens, você pode cultivar espírito, mente e corpo. Os sentidos florescem e a energia é renovada, conduzindo a uma maior consciência e a uma vida criativa". Ela lembra ainda que os elementos inerentes às mandalas caleidoscópicas têm a sua simbologia particular. "Elas não são destruídas, mas rearranjadas. Cada nova imagem manifesta seu momento de esplendor". E acrescenta: 'Além de uma verdadeira celebração de cor, o caleidoscópio é um vasto reservatório de felicidade. E talvez nisso está a semelhança com o teatro, que nasceu da festa, da capacidade de animar o espírito e construir uma outra realidade, para no final de tudo fazer feliz o espectador".

Além de promover o desenvolvimento e documentar o campo do caleidoscópio, a presidente da Brewster Society doa também caleidoscópios às crianças com AIDS, hospitais infantis e psiquiátricos, clínicas de olhos e de câncer, asilos e outras organizações. Este esforço reflete a opinião de Cozy Baker de que o caleidoscópio pode ter muitos benefícios: "um de meus aspectos favoritos do caleidoscópio é sua dimensão meditativa e seu valor terapêutico".

Cozy Baker fundou a primeira e única sociedade de fabricantes/amantes de caleidoscópios, possui a maior coleção do mundo e escreveu a maioria dos livros disponíveis sobre o assunto. É conhecida e respeitada provavelmente por cada artista de caleidoscópio nos Estados Unidos, senão no mundo. A primeira exposição de caleidoscópios, realizada por Cozy Baker, redimensionou o mercado: os colecionadores pagam somas de dinheiro pelo trabalho desses artistas que capturam, somente com espelhos e um cilindro, a mágica da luz e da cor.


Um comentário:

Anônimo disse...

Oi,Elen, sou André Amaro, diretor do Teatro Caleidoscópio, em Brasília. Vi que utilizou um texto meu, que legal! Ótimo, aliás, saber que não sou o único amante de caleidoscópio no Brasil e membro da Brewster Society. Achei curiosa a sua oficina de caleidoscópio. Vamos manter contato. Quem sabe não fazemos umas boas parcerias. Gd abraço
André 61.92131616
andre@teatrocaleidoscopio.com.br